Monday, June 05, 2006

Comecei a beber cerveja

O primeiro nome de buteco que eu me lembro é este: o buteco do seu Heitor. Ficava a uns 20 metros da minha casa, ladeira acima, numa pequena rua de uma pequena cidade do interior do RS. Não tinha muita coisa para vender, pelo menos que eu lembre, e não era maior que uma garagem para um só carro. A única coisa que importava, a mim pelo menos, na época, é que ele vendia Minuano Limão - o melhor refrigerante de limão de todos os tempos. Isso era lá pelos idos de 1975, pouco antes d'eu completar 5 anos.

Provavelmente era lá que meu pai comprava a cerveja que acompanhava a sempre nervosa transmissão de rádio da campanha do Internacional rumo ao seu primeiro título brasileiro. Aprendi a gostar de futebol, mas de cerveja a única lembrança que tenho de meu pai é o prazer com que ele pronunciava Brahma Extra.

Na fase da angústia (que para alguns pode durar a vida toda), bebe-se muito mais por necessidade de estados alterados de consciência do que pelo paladar. Nessa fase, cerveja para mim era contraprodutivo; logo me sentia estufado, antes mesmo de alcançar o estado desejado. Sempre preferi Jim Beam, Absolut, vinho do porto, Ypióca - nas vacas gordas -, rapidamente substituídos por Natu Nobilis, Orloff, Frei Damião e Velho Barreiro - nas vacas magras.

A Kaiser Bock me agradou quando surgiu mas, numa época sem vacas - nem gordas, nem magras -, não chegamos a conviver. Depois bebi algumas Miller, sem muito interesse, por recordação dos meus tempos de EUA, eu acho, e ocasionalmente voltava à Brahma Extra, por herança.

No ano passado, o lançamento da Bohemia Confraria mudou um pouco as coisas. Embora ainda não consiga beber mais de 500 ml, esta me chamou tanto a atenção que me prestei a garimpar as últimas garafas em lojas de conveniênia, pagando o que fosse cobrado, quando me avisaram que era uma edição limitada. Ainda tenho a última garafa na geladeira e sempre a deixo para a próxima vez...

Há quem estude o negócio a sério, há quem beba e escreva por prazer. Claro, há quem só beba, ponto. Como eu não bebo fermentados em metro, mesmo que queira, e não tenho utilizado meu estoque de destilados (faz ano e meio que estive em Rivera e ainda tenho dos juanitos caminantes y dos Asssoluts fechados), acho que não corro risco algum de alcoolatria se eu fizer o teste das DEZ, devidamente guiado pelo meu amigo Chico, tentando entender um pouco além de cevada e lúpulo.



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